sexta-feira, 21 de março de 2008

Não passam mais

(...)

Em nome de quantos corpos
nossos filhos foram feitos.
Em nome de quantos mortos
vivem nos nossos direitos.
Em nome de quantos vivos
dão mais vida à nossa voz
não mais seremos cativos:
O trabalho somos nós.

Por isso tornos enchadas
canetas frezas dedais
são as nossas barricadas
que dizem: não passam mais!

(...)

Em nome da nossa frente
e dos nossos ideais
diante de toda a gente
dizemos: não passam mais!

(...)

Passaremos adiante
com passo firme e seguro.
O passado é já bastante
vamos mudar o futuro.

(ênfase acrescentado)
in Obra Poética, José Carlos Ary dos Santos
Raquel Brito

sexta-feira, 7 de março de 2008

We Believe in Change...

Uma campanha digna e árdua que manifestou o desejo de mudança!
As dificuldades foram partilhadas e, porque não, ultrapassadas com o sentido de militância e a preserverança destes jovens. Durante este período demos "força aos militantes."
Estaremos daqui a umas horas a fazer a festa? Estará Lisboa pronta para mudar?
Estará o PS da capital do país prestes a "dar força aos militantes"? Como nos disseram vários camaradas nesta campanha: "estará o PS a virar à esquerda na Concelhia Política Lisboeta?" (ora que apelo mais sintomático...)
Todas estas questões serão respondidas muito brevemente. Para quem lutou com todas as suas forças para a preparação de uma nova dinâmica política no PS de Lisboa as próximas horas são de grande ansiedade. Para todos os que participaram nesta campanha o devido agradecimento.
Para todos aqueles que votarem em nós, o nosso eterno apreço e consideração! Atrevam-se a desmantelar a ordem instalada, a mudar de rumo!
Votem Miguel Teixeira, o rosto da mudança,
Votem Lista B, a Lista da esperança,
Votem Camaradas!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Lisboa já está a mudar com Miguel Teixeira

“Lisboa já está a mudar”, esta foi a frase mais vezes proferida por Miguel Teixeira no jantar de campanha para as eleições para a Concelhia de Lisboa, realizado na semana passada e que contou com a presença de várias centenas de militantes, desde os fundadores do nosso partido, até ao apoio massivo da JS.

Esta candidatura já é vencedora porque conseguiu transmitir uma mensagem positiva, de que é preciso mais e melhor PS em Lisboa. Para tal, é necessário trabalho e colocar os militantes no centro das decisões.

Uma candidatura que, desde o primeiro dia, teve a ambição de mudar a forma de fazer política, criando compromissos e colocando-se numa posição de prestação de contas permanente.

Os militantes deverão dicidir o futuro da concelhia e, não o que tem acontecido tantas vezes, a estrutura concelhia decidir unilateralmente e impor decisões definitivas, em vez de as colocar à discussão.

Este constitui-se num momento de extrema importância na história do partido, pois temos a oportunidade de escolher que PS queremos para Lisboa: O PS do aparelho instalado, dos jogos de poder, do caciquismo galopante destes últimos anos ou o PS do trabalho político de apoio aos diverso órgãos autárquicos, da proximidade das bases de apoio local, do diálogo, da diversidade de opiniões, da transparência das decisões, da tolerância e abertura às críticas.

No próximo dia 7 de Março decidimos o tipo de liderança e as práticas políticas que queremos ter na concelhia do PS de Lisboa.

É pelo voto que alcançamos um PS renovado e renascido !

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sim, nós podemos


Tem sido, em todos os aspectos, uma experiência fantástica, enriquecedora e gratificante, a campanha rumo à eleição no próximo dia 7 de Março. O constante debate de ideias, uma grande participação de muitos camaradas, o contacto com esses mesmos camaradas, o excelente trabalho que tem sido realizado, com excelentes intervenções e entrevistas, como se tem visto por este blog da juventude de apoio ao Miguel Teixeira, fazem-me realmente acreditar no meu partido, o Partido Socialista, nos seus valores e nos seus militantes. De facto tenho que agradecer ao Miguel Teixeira por esse facto.

Quinta-feira espero uma participação esmagadora, merecida, diga-se desde já, num jantar de apresentanção de candidatura que será também uma excelente oportunidade de velhos e novos camaradas se juntarem à mesa e disfrutarem, não só de um belo prato, com certeza, mas, também, da companhia, da partilha de ideias de camaradas que também eles querem ter uma palavra decisiva, valorizada, para o futuro do Partido, mais especificamente em Lisboa.


E como é comum dizer-se hoje em dia: sim, podemos (Yes we Can).
Vamos dar força aos militantes. Vamos dar força à juventude.

Saudações Socialistas,

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Testemunho jovem

Os Partidos e os Políticos estão cada vez mais descredibilizados perante a opinião pública e perante os cidadãos.

A ausência de valores, de causas e da discussão de ideias em que a generalidade dos partidos tem vindo a cair, tem conduzido a que muitos se afastem do combate pelas causas em que acreditam e se recusem a participar.

A disputa doentia por lugares, os rumores fundados ou infundados da sobreposição dos interesses de alguns ao interesse colectivo e a incapacidade da criação de mecanismos que assegurem a participação de todos, são muito preocupantes e é urgente inverter a situação.

A participação, para além de um direito, é também uma obrigação de todos, mas só pode ser consequente se existir informação atempada e correcta, que permita optar, em consciência.

Numa sociedade cada vez mais competitiva, é urgente uma mudança que revitalize os Partidos e ajude a dar credibilidade aos Políticos e aos seus projectos e programas.

A mudança exige coragem, vontade e disponibilidade desinteressada, que sobretudo os jovens têm capacidade para assumir.

É por esta razão que o Miguel Teixeira é o candidato certo para o lugar certo - a concelhia de Lisboa.

É jovem, dinâmico, honesto e tem grande capacidade de liderança.

Esta candidatura é mais do que uma mera candidatura, é uma discussão de ideias, na qual o contributo de todos é bem-vindo, na qual os militantes e os não militantes são elementos activos e centrais e na qual os jovens são a parte fundamental deste projecto de criatividade, renovação e mudança.
Maria João Botelho

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Edmundo Pedro, o Histórico tem esperança no futuro (2ª parte)

Por Raquel Brito e Tiago Salgueiro Mendes.

Sendo militante do Partido desde Setembro de 1973, Edmundo Pedro encara a actualidade do PS com tristeza. Para um idealista e lutador, a ausência de renovação de quadros e falta de oportunidades que deveriam ser dadas aos mais jovens, afastam o Partido dos ideais que o guiavam em tempos idos. Contudo, Edmundo Pedro acredita que o futuro reservará melhores dias ao Partido e em especial à Concelhia de Lisboa.


Dar Força à Juventude: Como define o momento actual do Partido Socialista e da sua Concelhia de Lisboa?

Edmundo Pedro: Estou bastante crítico nalguns aspectos. Parece-me que aquilo que está a ser feito é indispensável, mas há alguns aspectos da actividade do Partido que me chocam, nomeadamente um afastamento progressivo dos ideais que nortearam e inspiraram o partido desde a sua fundação.
Eu sou amigo pessoal do Miguel Coelho há muitos anos. Devo-lhe uma coisa que nunca esquecerei. Nenhuma direcção do Partido se lembrou de me fazer uma homenagem nacional, que eu acho que merecia, porque defendi sempre os interesses do Partido. Penso que o Partido nunca me quis fazer uma homenagem porque isso implicaria abordar uma matéria ingrata. O comportamento do Partido no meu caso foi bastante desadequado. O Miguel Coelho foi o primeiro que, quando foi eleito para a Concelhia de Lisboa, tomou a iniciativa de me fazer uma homenagem com 600 pessoas na Estufa Fria. Há pouco tempo encontrou-me na AR e teve a indelicadeza de me lembrar isso. Eu disse-lhe: “Miguel, eu sou teu amigo, mas não devias candidatar-te. Não esqueço que foste solidário comigo, mas isso é uma coisa e a candidatura é outra e eu não concordo com ela porque acho que já cá estás há muito tempo e é altura de renovar os quadros. Por isso não te posso apoiar”. Fui completamente frontal como costumo ser.
Eu acho que neste momento se põe um problema de renovação etária e que está na altura de gente mais nova assumir postos importantes. O Miguel Teixeira apresenta-se como alguém que tem um perfil estimável. Francamente até me meteram uma intriga que me levou a suspender o apoio ao Miguel para averiguar da sua veracidade, mas ao perceber que não passava disso mesmo, de uma enorme mentira, até reforcei a minha determinação e o meu apoio. Infelizmente neste partido baseia-se tudo na intriga e na maledicência. Todo este ambiente é um ambiente pouco são, que eu não conhecia no Partido há muitos anos e fiquei a conhecer agora. Isso indigna-me e entristece-me muito. Aderi ao partido em Setembro de 1973 e tenho responsabilidades políticas no Partido Socialista porque sou seu fundador institucional e como digo, o que se está a passar inquieta-me: há toda uma cultura que se está a desvanecer.



DFJ: Como conheceu Miguel Teixeira?

EP:
Conheci-o apenas na Secção.

DFJ: Como chegou Miguel Teixeira à Secção de Alvalade?

EP:
Era um jovem com ideias, com vontade de trabalhar, com princípios e alinhado com as ideias que eu tenho para o Partido Socialista. Vai com a sua acção moralizar o Partido, tornando-o mais participativo. A Secção com Miguel Teixeira passou a ter um nível de actividade que não tinha. A Secção sofre ainda de alguns problemas, como o facto de ainda não ter uma sede. Mas, apesar das dificuldades, o Miguel Teixeira tem organizado inúmeros debates no Hotel Roma e noutros locais. Tem tornado a secção de Alvalade mais activa e participativa.

DFJ: Quem são os apoiantes de Miguel Teixeira?

EP:
Tem apoios em todos os sectores etários: os mais jovens e também muitos históricos como o arquitecto Nuno Teotónio Pereira, o Consiglieri Pedroso e eu próprio.

DFJ: Porque apoia o Miguel Teixeira?

EP:
Tenho esperança no Miguel Teixeira. É um jovem inteligente, determinado. Dizem que ele é ambicioso, mas a ambição não tem mal nenhum quando tem por trás causas justas e os valores certos. Ele tem o direito de se realizar pessoalmente e ter ambições pessoais desde que elas estejam ao serviço daquilo em que ele acredita e ao serviço das boas causas, que é o caso das dele. Estou disposto a apoiar o Miguel Teixeira empenhadamente. Estou disposto a travar esta batalha.



DFJ: O que pensa da actual candidatura do Miguel Teixeira à Comissão Política Concelhia de Lisboa?

EP:
Tenho esperança que ele ganhe a Comissão Política Concelhia de Lisboa. É um elemento de renovação que o Partido precisa. É uma nova esperança para o Partido e para muita gente, para combater o aparelho em que a Concelhia se transformou.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Edmundo Pedro, O Resistente. (1a parte)

Por Raquel Brito e Tiago Salgueiro Mendes.

Hoje temos a honra de vos trazer uma entrevista realizada a Edmundo Pedro. Conhecido por uma vida entregue à luta antifascista e pelos largos anos que esteve preso pelas suas escolhas ideológicas, Edmundo Pedro é um exemplo e uma fonte de inspiração. Desde jovem abraçou as causas mais nobres pelas quais lutou com a determinação e coragem que o caracterizam.
Dar Força à Juventude: Aos treze anos o camarada iniciou a sua actividade política. Em que medida a sua família o influenciou?
Edmundo Pedro: Influenciou muito. Os meus pais em 1931 tinham-se tornado funcionários do Partido Comunista. O meu pai veio para Lisboa servir o partido, trabalhava na sua sede principal. Antes disso, o meu pai esteve na Guiné e eu acompanhei o trajecto dele com muito interesse. Ainda era miúdo mas já sabia que ele estava ali ao serviço de uma causa… uma causa que era a liberdade e ele estava disposto a sacrificar-se por ela. Tudo isso teve muita influência na minha opção ideológica.
DFJ: Que valores o moviam na altura?
EP: Queria uma vida melhor para todos, de igualdade, fraternidade. Queria um Mundo mais justo. Era um miúdo muito observador que via as injustiças deste Mundo e desde cedo comecei a sofrer com a experiência dos meus pais. Comecei a trabalhar aos treze anos… desempenhava tarefas pesadas. Portanto, comecei a sentir a exploração desde novo. Tudo isso me ajudou a consciencializar e perceber que o Mundo tinha profundas injustiças. Fez nascer desde cedo em mim, a necessidade de caminhar com aqueles que combatiam essas injustiças.
DFJ: A luta por estes valores levou-o variadíssimas vezes à prisão. Durante o tempo em que esteve na prisão alguma vez teve vontade de baixar os braços?
EP: Nunca. Isso é um traço fundamental do meu carácter. Eu não sou teimoso, sou determinado. Ainda hoje luto por tudo em que acredito com as forças que me restam. Continuo a estar presente nas causas que realmente me fazem mover e que realmente dão sentido à minha vida, apesar de fazer 90 anos este ano. Apesar de tudo o que passei não me sinto com essa idade. Estou envolvido por exemplo, neste momento, no movimento “não apaguem a memória”.





DFJ: Recentemente voltou ao Tarrafal. Como lidou com as memórias de uma juventude oferecida à luta antifascista?
EP: Vou recordando, sempre com saudade, aqueles meus companheiros que lá morreram. Alguns deles a quem eu estava profundamente ligado. Alguns muito jovens.Um dos primeiros a morrer foi o Alcobia, tinha 20 anos, e também o Tobias, mais ou menos com a mesma idade. Não posso deixar de me lembrar de todos os que lá estiveram. Eram todos muitos jovens, pouco mais velhos que eu. Morreram dispostos a sacrificar-se por um Mundo melhor.Há quatro mortes que me marcaram profundamente e que eu acompanhei de muito perto. Uma delas foi a morte do Bento Gonçalves. Era um homem excepcional, diferente do Cunhal, era de uma grande simplicidade, apesar das divergências de pensamento que hoje tenho com ele. Morreu mesmo ao meu lado.O Caldeira, também dirigente do PCP e um excelente decorador, demorou oito dias a morrer. Era ele que nos dava coragem para continuar porque sabia que ia morrer.Lembro-me da morte do Ernesto Ribeiro, que tinha sido preso com o meu pai, e que percebeu que ia morrer a partir do momento em que deixou de urinar, o que era um sintoma de que a morte era inevitável. Um pouco antes de morrer lamentou-se só de uma coisa: de que nós íamos chegar “ao tal socialismo” e que ele ia morrer sem chegar lá.Recordo-me ainda do Tobias que teve uma morte espantosa. Não falava, via-se que estava conformado com a morte. Assistimos à entrada dele no “além”. Não dizia nada e nós também não sabíamos o que havíamos de lhe dizer. Pouco antes de entrar em coma e de morrer sorriu para nós. Era uma mensagem.Isto tudo são coisas que nunca mais me vou esquecer na vida. Portanto quando eu vou ao Tarrafal é para prestar uma homenagem a esses meus colegas. Emociono-me sempre. Ainda no ano passado lá estive duas vezes, porque entendo que o Tarrafal está abandonado e que a sua ideia tem sido esquecida. A sua memória foi apropriada pelo PCP, porque quando se fala em Tarrafal as pessoas associam sempre ao PCP. Mas não é bem assim, pois havia lá gente de várias tendências e nós PS fomos um pouco culpados desta situação: abandonamos um pouco esta causa e o PCP ocupou-a oportunistamente. E por isso envolvi-me no movimento “não apaguem a memória”.
DFJ: O movimento cívico “não apaguem a memória” tem como objectivo manter presente na memória de todos a luta pela liberdade de antes de Abril e a identidade de todos os que por ela se sacrificaram. Fale-nos um pouco desse movimento.

EP:
É um movimento tendente a não apagar a memória da resistência antifascista. A memória antifascista é acarinhada em todos os países do Mundo, fazendo parte da cultura ocidental. Nós não podemos ficar a margem disto. A cultura da resistência é uma cultura contra a violência sobre as pessoas, contra a ausência de Direitos Humanos. O Salazar, ao contrário do que boa parte da Direita hoje pretende fazer passar, foi um fascista à sua maneira, apesar de não ter sido como Hitler. Não havia em Portugal campos de extermínio, mas o Tarrafal foi um campo de concentração com todas as valências, menos a do extermínio presente nos campos de concentração Nazis. Havia trabalho obrigatório, não era possível comunicar com o exterior, a ausência de notícias, a ausência de visitas. Era um isolamento total, mesmo em relação à família que nunca mais a vimos. Durante nove anos não vi a minha família. Tive vários anos sem tirar uma fotografia. Tirei uma fotografia aos 16 anos quando saí da prisão de Peniche e só voltei a tirar outra quando saí do Tarrafal. Isto é campo de concentração.O Tarrafal foi um crime contra a Humanidade. Morreram lá mais de três dezenas de pessoas, quase todos jovens. Outras tantas dezenas morreram quando de lá saíram. Eu vim tuberculoso.
O movimento “não apaguem a memória” luta para que o sacrifício dos resistentes antifascistas não seja esquecido e para que este sacrifício seja inspirador em relação ao futuro, de modo a prevenir situações semelhantes. Este movimento serve ainda para lembrar a necessidade de estar sempre atento aos perigos que se perfilam no horizonte.O movimento tem como objectivo preservar a memória do Tarrafal e desenvolver lá um Museu. Também pretendemos organizar um colóquio internacional sobre campos de concentração. Em Portugal, pretendemos transformar o Aljube em Museu da Resistência e da Liberdade. Há um Museu da Resistência em Peniche, que é um Museu do PCP, muito unilateral e sectário. Nós não queremos nada disso. Nós queremos um Museu onde esteja representada toda a resistência, incluindo o PCP. Queremos igualmente fazer um roteiro da resistência em Lisboa, que se irá chamar o “Roteiro da Memória”.

DFJ: Em declarações proferidas pelo camarada à TSF aquando da apresentação do seu livro “Memórias – Um combate pela liberdade”, afirmou que a luta pela liberdade tem que ser permanente. Considera que a liberdade não é um dado adquirido?
EP:
A Liberdade nunca está assegurada. Os jovens têm que estar muito atentos em relação ao futuro. Os perigos são permanentes, porque as forças da reacção e os grandes interesses não desistem. Tenho reflectido muito sobre a experiência do Chile, do comportamento que o partido comunista e do partido socialista chilenos que foi desastroso devido aos excessos que cometeram. Este comportamento conduziu ao desastre que se deu em 1973.Percebi mesmo antes do 25 de Abril, apesar da minha formação marxista-leninista, que a Democracia Política e a Liberdade eram fundamentais e que não valia a pena fazer reformas sem liberdade política. Foi isso que me levou a aderir ao PS: a ideia de Liberdade.
DFJ: O que é para si o património cultural de esquerda?

EP:
O que existe no PS é o que eu chamo uma cultura socialista que neste momento está a ser destruída. Essa destruição vem de cima, dos dirigentes que não têm essa cultura, que não têm passado nenhum, que não têm essa tradição. Há um profundo desrespeito pela grande cultura socialista que vem do século XIX. Vem da fundação do movimento operário com Marx e Engels. Não esqueço que Marx foi uma grande figura na História da humanidade. Foi um grande pensador que imaginou a luta por um Mundo melhor através de uma teoria que se revelou falsa. São figuras que pertencem à História. O PS era um partido de operários, mas a estratificação social alterou-se substancialmente. Hoje em dia, as novas tecnologias têm um papel central, emergindo uma sociedade de informação onde o poder social dos quadros é cada vez maior e com essa mudança social o poder político tem necessariamente que ser diferente. Portanto, o Partido Socialista tem uma conquista social diferente. Isto é uma coisa, outra diferente é a perda das referências e a perda da tal cultura socialista, coisa que nunca se viu em partido nenhum. Tenho estado em vários congressos em Espanha, muitos deles com o Dr. Mário Soares e também no âmbito da Internacional Socialista, e ali toda a gente se trata por “compañero”. Hoje em dia no PS ninguém se trata por camarada. Aqui todos se tratam por engenheiro ou doutor. Ora, eu vejo isto com desgosto, porque é a perda de uma tradição que tem muita importância e é também a perda de um certo sentido de igualdade e solidariedade entre nós e de um certo igualitarismo de camaradas e de missão. É um valor muito importante que se anda a perder. Isto parece uma coisa muito insignificante mas é um sintoma.Este erro de protelar o partido deve ser, no meu entender, a consciência crítica do partido. Se o PS for simplesmente seguidista perde-se esta consciência crítica e não se é capaz de despertar os militantes no sentido da análise crítica, ficando o partido sem alma, sem vida e sem existência própria. O partido transformou-se pouco a pouco num aparelho para justificar os cargos políticos da direcção nacional. A direcção nacional não se preocupa minimamente nem com as concelhias, nem com as federações, nem com nada, porque acaba por ser gente que já lá está em cima e que acha que não precisa do resto para nada. Isto preocupa-me muito e têm que ser vocês os jovens a preocuparem-se também.

Vamos mais longe...

"Sai debaixo das pedras
E vai
Vai

Vai mais longe mais fundo
Não mudes de assunto
Só porque é mais fácil

Vai
Vai mais longe vai
Vai ao fundo do fundo
Não mudes de assunto
Há sempre um perigo"

Tomo a liberdade de trazer um excerto de uma letra do conhecido e sempre marcante grupo da nossa música, os Trovante. Embora esta canção se intitule Perigo, suscita-nos também a força, a coragem e a preserverança que esta candidatura tem demonstrado no seio do Partido Socialista.

Naturalmente existem perigos. Não deixamos de ter os pés na terra e estar cientes disso. O maior perigo, a meu ver, é continuar a imperar a lógica do imobilismo e do situacionismo que tem conduzido à paralisia da Concelhia de Lisboa.
Daí que, contra este perigo, nós jovens temos mesmo que nos mobilizar, participando activamente. Vamos mostrar um verdadeiro sentido de militância e cooperação para com este projecto e não deixaremos a nossa essência e garra perdidas noutras actividades. Vamos mais longe, vamos ao fundo do fundo. O Miguel Teixeira não vence sozinho. Ele precisa da nossa mobilização e participação. Resistentes e Ambiciosos, vamos continuar a acreditar até ao fim!

FORÇA!

Saudações Socialistas,

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Aprende!

"Tu encontrarás, sempre,
no teu caminho alguém
para a lição de que precisas.

Aprende, mesmo
que não queiras.

Feliz é o que aprende.
Errar é humano,
diz a sabedoria popular.

Insistir no erro
é obstinação.

Aquele que
reconhece o seu erro,
está no caminho da perfeição.

Reconhece o teu erro,
mesmo que custe muito
ao teu orgulho e vaidade.

Ajuda a quem precisa e acredita.
Aqueles que acreditam,
caminham para a frente.

Aqueles que duvidam,
põem pedras e tropeços
nos caminhos dos outros. "

Basta do erro de apoiar Miguel Coelho, basta de anos de promessas, aprende e corrige o erro, caminha para a frente, caminha com Miguel Teixeira!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Pró - Miguel Teixeira


É costume dizer-se que o grande problema, ou um dos grandes problemas, conforme a visão de cada um, em Portugal, é a falta de oposição. É, aliás, conhecida a expressão de que o nível democrático de um país, pode-se medir pela qualidade da oposição, mas eis que surge aqui a palavra em que está toda a questão: qualidade. Até se poderia dizer que há oposição em Portugal, mas e oposição séria e com qualidade? Uma oposição responsável? Não verificados estes pressupostos, vejo-me obrigado a manter a primeira afirmação de que o grande problema é mesmo a oposição, que não existe, constituindo por isso um ponto negativo no sistema democrático português.

Conhecida a lacuna, que para se fazer oposição também é preciso qualidade e seriedade, eis que surge um sinal positivo: Miguel Teixeira. Um exemplo para aquilo que se pode apelidar de oposição de qualidade quando não é oposição apenas por o ser, é oposição porque mostra a todos que pode fazer melhor, que foi e é uma voz de mudança para com todos os vicios actuais, faz aquilo que se pode chamar a verdadeira oposição. Apoia quem o merece, sem dúvida que o mandato do camarada António Costa tem sido excelente a todos os níveis, e irá apoia-lo não só quando tudo está concretizado, irá lutar lado a lado para concretizar a reeleição no próximo ano, irá trabalhar para que tal aconteça. Mobilizou e mobiliza os militantes do partido socialista, coisa que para alguns seria utópica, para o camarada Miguel Teixeira é bem concretizável como se tem comprovado. Discute um verdadeiro projecto, debate ideias com os camaradas, desde o mais jovem ao mas antigo, o que interessa são as convicções e as ideias, ouve as suas preocupações e as suas propostas, trouxe, enfim, finalmente o que era preciso à concelhia de Lisboa do Partido Socialista: dinâmica.

Por crer que é a melhor escolha para o dia 7 de Março, é que digo sem qualquer dúvida que:
Chamem-me
pró trabalho,
pró debate, militância, juventude,
Chamam-me Pró - Miguel Teixeira.

Este é um exemplo para todo o país: fazer melhor.

Saudações Socialistas,

O ressuscitar de uma estrutura

Quando inicialmente "penetrei" neste novo mundo que era o partido socialista, tentei compreender a fundo as realidades que o compunham, que o moviam, as pessoas que o representavam e os projectos que encabeçavam, assim como as ideologias que detinham; escolhi um conjunto de caminhos que acreditei representarem não o melhor para mim e para os meus, mas para o Partido Socialista e a cidade de Lisboa.
Uma verdade neste universo parecia ser totalmente inequivoca "A concelhia de Lisboa está morta". Todos o afirmavam, em todas as secções, ou em todos os grupos, ala esquerda e ala direita, PS ou JS, tinha eu 16 anos e nem era filiado no Partido ainda, quando o ouvi pela primeira vez. Miguel Coelho estaria possivelmente no seu 5ºmandato mas não era aparentemente a experiencia, enquanto coordenador da concelhia, que lhe garantia mais capacidade de liderança, representatividade e activismo politico. Pouco tempo depois decorreu a campanha autárquica, mas ainda assim a coordenação desta campanha foi extremamente confusa visto que algumas freguesias (nomeda e infelizmente aquelas que estão destinadas á minha secção) estavam aparentemente "perdidas" pelo que não receberam qualquer auxilio pela parte da estrutura concelhia. Facto que também foi comentado, por todos claro.
Assisti á 5ª recandidatura de Miguel Coelho, á sua vitória, e alguns meses depois filiei-me no PS. E a concelhia permanecia igual a si mesmo: falecida.
Ora desde alguns meses comecei a receber algumas cartas muito estranhas, assinadas pelo camarada Miguel Coelho. Tratavam-se de convocatórias para forúns autárquicos, debates, jantares, algumas actividades para as quais aparentemente o camarada pretendia a presença dos militantes da concelhia e conhecer as suas posições e opiniões. Assisto agora a uma nova candidatura protagonizada por este mesmo camarada intitulada de "Por um Partido de Militantes", Quando dantes tinhamos "Partido de militantes aberto e solidário". E assisto a uma campanha mais focada no militante, no enfase dado á militancia activa, onde a mensagem é claramente "pela primeira vez em muitos anos, Miguel Coelho lembrou-se que a concelhia de Lisboa não tem 30 elementos, mas sim quase 5000 e portanto pretende mobilizar os restantes, pelo menos por agora". E eu respondo-lhe que é tarde!!!!Mas interrogo-me antes de mais, qual a força motriz para esta alteração brusca nas posições politicas e de gestão da estrutura concelhia, pelo camarada Coelho.
A resposta a que chego é Miguel Teixeira....Desde o inicio do mandato de Miguel Teixeira á frente da secção de Alvalade que nos lançou a convocatória, queria erguer a secção de um estado semelhante ao da demais concelhia, e transformar num espaço de intenso debate politico, participação civica e obter os melhores resultados de sempre nas eleições autárquicas de 2009.
Os militantes responderam, e a mobilização foi aterradora, mais uma vez tiro agradeço ao Miguel no meu papel de militante, ter-nos providenciado este espaço e enfatisado a minha secção. E apoio-o nesta eleição, como nunca apoiaria o seu adversário: Miguel Teixeira preenxeu a agenda politica de centenas de camaradas, militantes bases, com actividades, debates, jantares comemorativos, sessões de esclarecimento, recortes de imprensa e um rol demasiado extensivo de dedicação e fraternidade Socialistas, para expôr aqui; o contrário á distancia e indiferença reveladas pelo seu adversário.Contudo, apercebi-me á pouco do papel dinamico que o Miguel teve para o PS - Lisboa. Em Alvalade promoveu um desenvolvimento sem precedentes; inspiradas no seu exemplo militantes em várias secções do PS juntaram-se a ele e desenvolveram projectos semelhantes.
Miguel Coelho, assistindo ao progresso de um jovem empreendedor, energético e com uma capacidade estratégica brilhante, e dedicação absoluta ás causas e valores que reconhece no PS, ele próprio brindou a concelhia falecida, com um pouco de vida, promovendo os eventos que referi no inicio do post. Por outras palavras, Miguel Teixeira ressuscitou a concelhia ANTES DE SER CANDIDATO á concelhia de Lisboa. E mesmo agora, só na sua posição de candidato, recebeu uma adesão inigualável em todas as secções a que se deslocou - tenho-o acompanhado em várias e encontrei uma presença que até á data me era totalmente desconhecida fora da secção.Agora imaginem que acontece se ele ganhar...Nao me vou prolongar.
Mas como alguém que deseja o melhor para a concelhia de Lisboa, e para a minha cidade, eu voto Miguel Teixeira.
Gustavo Gouveia

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Porquê camuflar as nossas convicções?

A dinâmica do nosso blog tem evidenciado uma boa dose de contribuições de grandes autores. Só posso observar esta realidade com enorme orgulho e confiança. Neste seguimento, deixo-vos umas palavras sempre refrescantes de um mágico autor russo...

Desde que nos propomos emitir uma verdade de acordo com as nossas convicções damos logo a impressão de fazer retórica. Que espécie de prestidigitação vem a ser essa? Como é que nos nossos dias não poucas verdades, proferidas que sejam, por vezes, mesmo em tom patético, imediatamente ganham aspectos retóricos? Porquê é que na nossa época cada vez há mais necessidade, quando pretendemos dizer a verdade, de recorrer ao humor, à ironia, à sátira? Porquê adoçar a verdade como se se tratasse de uma pílula amarga? Porquê envolver as nossas convicções num misto de altiva indiferença, digamos, de desprezo para com o público? Numa palavra, porquê certo ar de pícara condescendência? Em nossa opinião, o homem de bem não tem de envergonhar-se das suas convicções, ainda mesmo que estas transpareçam sob a forma retórica, sobretudo se está certo delas.

Fiodor Dostoievski, in "Diário de um Escritor"

Mais uma contribuição externa. A lógica de reflexão e a partilha de ideias são dignas de registo. Pensem nestas questões. Sei que isto revela a batalha do nosso camarada Miguel Teixeira!

Saudações!

Em Portugal o cidadão não pode desaparecer.

"Caminhamos para uma ruína! – exclama o Presidente do Conselho. – O défice cresce! O País está pobre! A única maneira de nos salvarmos é o imposto que temos a honra, etc...»
Mas então o partido regenerador, que está na oposição, brame de desespero, reúne o seu centro. As faces luzem de suor, os cabelos pintados destingem-se de agonia, e cada um alarga o colarinho na atitude de um homem que vê desmoronar-se a Pátria!
– Como assim! – Exclamam todos – mais impostos!?
E então contra o imposto escrevem-se artigos, elaboram-se discursos, tramam-se votações! Por toda a Lisboa rodam carruagens de aluguel, levando, a 300 réis por corrida, inimigos do imposto! Prepara-se o cheque ao ministério histórico... Zás! cai o ministério histórico!
E ao outro dia, o partido regenerador, no poder, triunfante, ocupa as cadeiras de S.Bento. Esta mudança alterou tudo: os fundos desceram mais, as transacções diminuíram mais, a opinião descreu mais, a moralidade pública abateu mais – mas finalmente caiu aquele ministério desorganizador que concebera o imposto, e está tudo confiado, esperando.
Abre a sessão parlamentar. O novo ministério regenerador vai falar.
Os senhores taquígrafos aparam as suas penas velozes. O telégrafo está vibrante de impaciência, para comunicar aos governadores civis e aos coronéis a regeneração da
Pátria. Os senhores correios de secretaria têm os seus corcéis selados!
Porque, enfim, o ministério regenerador vai dizer o seu programa, e todo o mundo se assoa com alegria e esperança!
– Tem a palavra o Sr. Presidente do Conselho.
– O novo presidente: «Um ministério nefasto (apoiado, apoiado! – exclama a maioria histórica da véspera) caiu perante a reprovação do País inteiro. Porque, Senhor
Presidente, o País está desorganizado, é necessário restaurar o crédito. E a única maneira de nos salvarmos...»
Murmúrios. Vozes: Ouçam! Ouçam!
«...É por isso que eu peço que entre já em discussão... (atenção ávida que faz palpitar debaixo dos fraques o coração da maioria...) que entre em discussão – o imposto que temos a honra, etc. (apoiado! apoiado!)»
E nessa noite reúne-se o centro histórico, ontem no ministério, hoje na oposição.
Todos estão lúgubres.
– «Meus senhores – diz o presidente, com voz cava. – O País está perdido! O ministério regenerador ainda ontem subiu ao poder, e doze horas depois já entra pelo caminho da anarquia e da opressão propondo um imposto! Empreguemos todas as nossas forças em poupar o País a esta última desgraça! – Guerra ao imposto!...»
Não, não! Com divergências tão profundas é impossível a conciliação dos partidos!"
In Uma Campanha Alegre – Volume I
Eça de Queiroz
Incrível, como quando lemos Eça, e sabendo que tudo foi escrito há dois séculos atrás, tudo se mantém tão contemporâneo e, ainda hoje, a política, tal como a sociedade, precisa de uma mudança. Será que Eça é que era demasiado evoluído ou nós demasiado atrasados? Talvez os dois.
Actualmente, assistimos a insólitas acusações à governação PS de concretizar políticas supostamente de direita! Mas será isso o importante?
A verdade, e o que verdadeiramente é importante, são a concretização de políticas necessárias e indispensáveis.
Além disso, a oposição, qualquer uma que seja, dever-se-á preocupar mais em apresentar soluções construtivas e inovadoras, em vez de pura e simplesmente negar e estar contra qualquer acção do governo em funções.
Vivemos num momento em que é mais importante o desenvolvimento e o bem do País ou as intrigas ideológicas?
Toda a gente diz que o país está perdido. "De Norte a Sul, no Estado, na economia, na moral, o País está desorganizado". Ninguém se ilude, perdendo-se, através de tudo isto, o sentimento de pátria.
Porém…
"Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia. Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores. Mas onde
Outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema bio métrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros)
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o Mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive – Portugal.Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas porportugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo. E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).É este o País em que também vivemos. É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.
Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia. Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito.
De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - enão invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arrebata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha.
E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.
Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?"
Elogio a Portugal in Revista Exportar
Nicolau Santos, Director-adjunto do Jornal Expresso
Estará, então, de Norte a Sul, no Estado, na economia, na moral, o País tão desorganizado? Talvez pudesse estar melhor, mas talvez também pudesse estar pior.
É que Eça de Queiroz, quando o acusaram de "estrangeirado" e "afrancesado" e de contribuir para "desaportuguesar" Portugal, pelo exagero de francesismos na sua obra, com razão, também disse: "Apenas nasci (…), eu comecei a respirar a França. Em torno de mim só havia a França. De cavaleiros portugueses, que dessem cutiladas nos mouros, nunca me contaram história alguma à lareira."
A política precisa de se autonomizar e em Portugal o cidadão não pode desaparecer. É necessário que a inteligência e a consciência estejam em vigor, trabalhando, pois se Portugal não tem fé em si próprio, orgulho nos seus princípios e não se relata, não pode propriamente ter costumes.
Fernando Arrobas da Silva

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Uma concelhia com uma nova alma

A candidatura de Miguel Teixeira, já alcançou a sua primeira grande vitória: estar a conseguir mobilizar muitos jovens para participarem na vida política e que até então estavam arredados da sua militância activa.
Muitos deles encontram na actual coordenação concelhia, uma estrutura pouco focalizada nos militantes e nos desafios que a Cidade enfrenta diariamente.
Este projecto político, tem por ambição realizar um trabalho, que tem como força motriz revitalizar a estrutura concelhia, dando-lhe uma nova alma, de forma a ser vista como um espaço dinâmico de diálogo, de reflexão e de livre pensamento.
Por um sonho se luta
Por um sonho se vence
Por um sonho se muda a melancolia dos dias
Por um sonho se conquista a liberdade de fazer diferente

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Inovar

Fazer política hoje, não é fácil. A principal dificuldade de um político é a de conseguir mobilizar os cidadãos para o seu projecto. O Mundo de hoje tem inúmeros desafios, problemas complexos, novos perigos. É necessário que os partidos discutam internamente os desafios da era moderna, necessitando para isso, da contribuição dos cidadãos mais do que nunca. Um partido tem que ter ideias, para lá daquelas que dominam a cabeça da sua cúpula, que só será bem construída e sucedida se ouvir os seus militantes de base.

Ontem assisti com supresa ao anúncio do ministro das obras públicas, em que este iria pedir ao LNEC para estudar a melhor localização da nova travessia do Tejo. É estranho que isto suceda após um engenheiro da CIP ter sugerido uma nova alternativa para a travessia. Este episódio vem demonstrar a fragilidade dos partidos, no debate de ideias. Um Governo, um partido, foram ultrapassados pela CIP na questão do Aeroporto e agora quem sabe na questão da nova ponte. Porque não se debateu melhor este assunto antes, entre os militantes e com o resto da sociedade civil?! Este episódio fragilizou bastanto o nosso Governo. É importante uma discussão prévia das questões a decidir pelo poder político, porque desta maneira, elas irão ser melhor legitimadas.

Um projecto político que não consiga mobilizar os militantes e possíveis militantes, tem um nome: projecto falhado. Renovação?! É hora!