segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Porquê camuflar as nossas convicções?

A dinâmica do nosso blog tem evidenciado uma boa dose de contribuições de grandes autores. Só posso observar esta realidade com enorme orgulho e confiança. Neste seguimento, deixo-vos umas palavras sempre refrescantes de um mágico autor russo...

Desde que nos propomos emitir uma verdade de acordo com as nossas convicções damos logo a impressão de fazer retórica. Que espécie de prestidigitação vem a ser essa? Como é que nos nossos dias não poucas verdades, proferidas que sejam, por vezes, mesmo em tom patético, imediatamente ganham aspectos retóricos? Porquê é que na nossa época cada vez há mais necessidade, quando pretendemos dizer a verdade, de recorrer ao humor, à ironia, à sátira? Porquê adoçar a verdade como se se tratasse de uma pílula amarga? Porquê envolver as nossas convicções num misto de altiva indiferença, digamos, de desprezo para com o público? Numa palavra, porquê certo ar de pícara condescendência? Em nossa opinião, o homem de bem não tem de envergonhar-se das suas convicções, ainda mesmo que estas transpareçam sob a forma retórica, sobretudo se está certo delas.

Fiodor Dostoievski, in "Diário de um Escritor"

Mais uma contribuição externa. A lógica de reflexão e a partilha de ideias são dignas de registo. Pensem nestas questões. Sei que isto revela a batalha do nosso camarada Miguel Teixeira!

Saudações!

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